30.12.03

Greetings!

Agora que nos aproximamos do fim do ano, temos todos a esperança que no próximo surja um álbum de estúdio. Enquanto isso não acontece, volto-me para o último álbum de originais para recuperar uma canção que é uma das minhas favoritas e que eu não tive oportunidade de ver ao vivo (nem sei se já foi tocada ao vivo, sequer). "Paradise", na minha interpretação, conta a história de um casal apaixonado em que um dos membros (não é claro se é o homem ou a mulher) é um bombista-suicida que se faz explodir num "mercado cheio de gente" e o outro é um(a) americano(a) da Virginia, fazendo lembrar a história de "Worlds Apart". O(a) americano(a) tenta depois encontrar o seu amor cometendo também ele(a) suicídio, mas, enquanto está debaixo das águas, não "encontra a paz nos olhos" do seu amor e escolhe a vida, rompendo as ondas e deixando o sol tocar de novo a sua face. Uma letra magnífica na sua simplicidade e, simultaneamente, complexidade.

"Paradise" (2002)

Paraíso

Onde o rio corre para se tornar negro
Eu pego nos livros escolares da tua mochila
Plásticos, fio e o teu beijo
O sopro da eternidade nos teus lábios

No mercado cheio de gente
Eu vagueio de face em face
Sustenho a minha respiração e fecho os meus olhos
Sustenho a minha respiração e fecho os meus olhos
E espero pelo paraíso
E espero pelo paraíso

As colinas da Virginia tornaram-se castanhas
Outro dia, outro sol que se põe
Visito-te num outro sonho
Visito-te num outro sonho

Estico a minha mão e sinto os teus cabelos
O teu cheiro paira no ar
Toco ao de leve na tua face com a ponta dos meus dedos
Provo o vazio sobre os teus lábios
E espero pelo paraíso
E espero pelo paraíso

Procuro por ti no outro lado
Onde o rio corre limpo e largo
Até ao meu coração as águas subiram
Até ao meu coração as águas subiram

Afundo-me debaixo da fria e límpida água
Vagueando para baixo, desapareço
Vejo-te no outro lado
Procuro pela paz nos teus olhos
Mas eles estão tão vazios como o paraíso
Eles estão tão vazios como o paraíso

Eu rompo acima das ondas
Sinto o sol na minha cara

1 comentário:

Anónimo disse...

Por curiosidade, eu interpreto a Paradise de maneira diferente: para mim parece ser sobre uma mãe que perdeu o filho. O resto estou de acordo contigo. Mas na tua interpretação a presença do conceito do "Paraíso" como o local para onde o bombista mártir vai ganha outra dimensão na letra.