19.2.13

O dia de hoje marca o regresso do Channel 57, mais de 5 anos após a última mensagem. Ao longo deste tempo de silêncio, fui recebendo vários pedidos para reactivar o blog, pedidos esses que, quer pela real falta de tempo, quer pela latente preguiça, foram sendo sempre adiados. Até que esta semana recebi um email que me fez voltar a carregar esta página, e cá estamos outra vez. Como um velho lutador, que todos, inclusivé ele próprio, julgavam acabado, eis que volta para tentar encontrar uma razão para continuar. Como diz o Jorge Palma, "enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar", e enquanto houver histórias para contar, cá estaremos para as colocar na língua de Camões.

O regresso não será feito com uma canção do "Wrecking Ball", mas sim com uma grande canção sobre regressos, sobre fantasmas do passado, sobre desilusões, sobre a luta permanente de um homem com o seu passado, e com a fé e a esperança que nos faz continuar. Senhoras e senhores, no Channel 57, "The Wrestler"...


"The Wrestler" (2008)

O Lutador





Algum dia viste um pónei que sabia fazer um truque, no campo tão feliz e livre?
Se algum dia viste um pónei que sabia fazer um truque, então viste-me a mim
Algum dia viste um cão aleijado a descer a rua?
Se algum dia viste um cão aleijado, então viste-me a mim

(Então viste-me a mim) Eu venho e fico em cada porta
(Então viste-me a mim) Eu sempre parto com menos do que tinha antes
(Então viste-me a mim) Mas eu consigo fazer-te sorrir quando o sangue atinge o chão
Diz-me amigo, pode-se pedir algo mais do que isto?
Diz-me, pode-se pedir algo mais do que isto?

Algum dia viste um espantalho, cheio de nada mais do que pó e ervas daninhas?
Se algum dia viste esse espantalho, então viste-me a mim
Algum dia viste um homem com apenas um braço, a esmurrar nada mais do que a brisa?
Se algum dia viste um homem com apenas um braço, então viste-me a mim

(Então viste-me a mim) Eu venho e fico em cada porta
(Então viste-me a mim) Eu sempre parto com menos do que tinha antes
(Então viste-me a mim) Mas eu consigo fazer-te sorrir quando o sangue atinge o chão
Diz-me amigo, pode-se pedir algo mais do que isto?
Diz-me, pode-se pedir algo mais do que isto?

Destas coisas que me deram conforto eu fujo (nada mais)
Neste lugar que é a minha casa eu não posso ficar (nada mais)
A minha única fé está nos ossos partidos e nas feridas que exibo

Algum dia viste um homem com apenas uma perna, a tentar dançar a caminho da liberdade?
Se algum dia viste um homem com apenas uma perna, então viste-me a mim

1 comentário:

Mauricio disse...

Nossa, que surpresa. Sempre acompanhei este blog. E por força do destino hoje acessei só para ver se um milagre tinha acontecido. Aconteceu..

Continua! Abraço do Brasil..